Por Ivonaldo Lopes
A vida foi feita para ser partilhada! Nada é tão significativo para o contexto, e definição da palavra igreja quanto a ideia ter que compartilhar a vida com outras pessoas. A bíblia define essa experiência compartilhada de comunhão, que tem em sua origem, a palavra Koinonia, que significa, companheirismo, participação, compartilhamento e contribuição com o próximo e com Deus.
Hoje em dia, entretanto, essa palavra perdeu grande parte de seu significado, “Comunhão” ou “confraternização”. Hoje se refere normalmente a uma conversa casual, uma atividade social, comida e diversão. A real comunhão significa muito mais do que apenas aparecer nos cultos, ou frequentar uma reunião, comunhão é ter vida em comum, isso inclui, amar altruisticamente, compartilhar com transparência, servir nas necessidades práticas, ser generoso com o sacrifício de si mesmo, consolar compassivamente e todas as outras orientações “uns aos outros” encontradas no Novo Testamento.
Quando pensamos em comunhão uma coisa que faz toda diferença é o tamanho, ou seja, quanto menor melhor, quanto menor for meu círculo de convivência, maior será a profundidade e a intensidade de meus relacionamentos, por essa razão a bíblia ao longo da história tem focado em uma estratégia que se faz indispensável nos dias de hoje, que são os pequenos grupos. Jesus focou nessa estratégia ao escolher 12 para andar com Ele, e mesmo apesar de ser uma pessoa relacional, que mantinha vínculos com tantas outras pessoas, Ele entendia que a verdadeira comunhão precisava ser vivenciada num contexto de pequeno grupo. Essa ideia, mais tarde, foi reproduzida pela Igreja, quando os primeiros cristãos passaram a se reunir não apenas no templo, mas também de casa em casa. "E todos os dias, no templo e de casa em casa, continuavam a ensinar e anunciar que Jesus é o Cristo." Atos 5:42.
Qual é a diferença entre a comunhão verdadeira e a falsa?
a) Na comunhão verdadeira, as pessoas encontram autenticidade. Ela ocorre quando as pessoas são verdadeiras sobre quem são e sobre o que está acontecendo em suas vidas. Quando usamos máscaras, mantemos a guarda levantada e agimos como se tudo em nossas vidas estivesse positivo. Decretamos a morte da verdadeira comunhão. "Se, porém, andamos na luz, como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós." 1 João 1:7,8. As trevas são usadas para esconder ferimentos, erros, medos, fracassos e falhas, mas, na luz, nós os trazemos todos para um lugar aberto e admitimos quem realmente somos. Nós só crescemos assumindo riscos, e o mais difícil risco de todos é sermos honestos com nós mesmos e com os outros.
b) Na verdadeira comunhão, as pessoas encontram compaixão. Compaixão não é dar um conselho ou oferecer uma ajuda rápida e superficial; compaixão é penetrar e partilhar a dor dos outros. A compaixão diz: “Compreendo o que você está passando, e o que você sente não é estranho ou absurdo”. Hoje em dia algumas pessoas chamam isso de “empatia”, mas a palavra bíblica é “compaixão”. “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Colossenses 3:12,13. O nível mais profundo e intenso é a comunhão de sofrimento, é quando entramos na dor e no sofrimento uns dos outros e carregamos os fardos uns dos outros. “Um homem desesperado deve receber a compaixão de seus amigos, muito embora ele tenha abandonado o temor do Todo-poderoso." Jó 6:14
c) Na comunhão verdadeira, as pessoas encontram misericórdia. A comunhão acontece quando a misericórdia triunfa sobre a justiça, e todos precisamos de misericórdia, porque todos tropeçamos e caímos e precisamos de ajuda para voltar ao caminho. Precisamos oferecer misericórdia uns aos outros e estar dispostos a recebê-la uns dos outros. "Agora, porém, é hora de perdoá-lo e confortá-lo; do contrário, pode acontecer de ele ser vencido pela tristeza excessiva." 2 Coríntios 2:7. Como somos imperfeitos e pecadores, inevitavelmente magoamos uns aos outros quando ficamos juntos por algum tempo, e isso nos leva a exercitar uma das atitudes mais nobres e importantes no contexto da igreja, que é o perdão. É impossível construirmos um ambiente de misericórdia sem a prática do perdão. E sobre o perdão precisamos entender uma coisa: jamais lhe será pedido que perdoe a alguém mais do que Deus já lhe perdoou.
Um outro efeito causado pela comunhão no corpo de Cristo é a Unidade, pois a comunhão faz com que os membros caminhem juntos, proporcionando relacionamentos sólidos, autênticos e duradouros. A unidade da igreja é tão essencial que o Novo Testamento dá mais importância a isso do que ao céu ou ao inferno, isso se dá porque a unidade é a alma da comunhão. Destrua-a, e estará rasgando o coração do corpo de Cristo. Se você é parte da família de Deus, é sua responsabilidade preservar a unidade no local em que você congrega. Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Efésios 4:3
Perguntas para meditação:
1. Como você tem experimentado a comunhão no corpo de Cristo?
2. Como você tem contribuído para essa comunhão?
3.Quais a diferenças entre a falsa e a verdadeira comunhão?
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