Por Rui Lima
Recentemente uma pessoa próxima a mim me pediu ajuda para elaborar algumas dinâmicas para serem trabalhadas numa escola. Os alunos (jovens e adultos) deveriam refletir quanto a si e sua identidade. Pelo jeito, a sociedade em geral vive a busca de se compreender como pessoa, tenta se olhar no espelho para se entender como sujeito. Tarefa nada fácil. Identidade é caracterizado como um conjunto de qualidades e características particulares de uma pessoa ou coisa por meio das quais torna possível seu reconhecimento. Não é preciso, porém, de um dicionário para entender isso na prática. Desde os primeiros dias de vida começamos a aprender, quase que diariamente, a reconhecer as coisas e pessoas. Talvez seja surpresa para alguns que isso não pare na infância, na verdade a construção da nossa identidade se estende até os nossos últimos dias. Jesus em sua vida terrena, teve uma identidade. Foi um homem, da região da Galiléia, criado em Nazaré, um vilarejo mal visto por causa da pluralidade de pessoas que viviam naquele lugar. Era judeu, de aparência comum aos demais palestinos, além de ser carpinteiro como seu pai. Todas essas características são importantes porque nos lembra que Jesus se encarnou de verdade, foi 100% homem em suas limitações e particularidades. Porém, Jesus foi, e é, 100% Deus. E esse é o ponto principal da identidade de Jesus, ele é o Cristo, Deus que se fez homem. Como cristãos somos desafiados a viver uma certa “crise de identidade”. Isso mesmo, a crise faz parte da vida de um autêntico discípulo de Jesus. Esse conflito se dá no que o ap. Paulo (inspirado nas Palavras do próprio Jesus) escreve, literalmente: “a carnalidade com alto desejo contra (para suprimir) o Espírito” (Gl 5:17). Isto é, a oposição entre a natureza humana pecaminosa e o Espírito de Deus que atua em nós; gera crises, afinal é uma luta travada dentro de nós. A crise pode ser, inclusive, uma oportunidade de mudar. A natureza pecaminosa amolda ao padrão deste mundo, nos identifica com o mundo caído, distante de Deus. Mas a vida entregue a Deus, dirigida pelo Espírito, sendo transformada na imagem de Jesus, forma uma identidade baseada no Reino de Deus, uma nova criatura dia após dia, até o Grande Dia.
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